Histórico

A Creche Comunitária Nova Holanda foi criada em 1985 por moradores da comunidade Nova Holanda. Inicialmente, a gestão da instituição era feita pela Associação de Moradores local e funcionava com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. À época, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) era responsável pelo fornecimento da alimentação e de recursos para o pagamento dos profissionais atuantes na creche (recreadoras, cozinheiras e auxiliar de serviços gerais).

O apoio concedido pela Prefeitura ao longo dos anos nunca foi suficiente para o atendimento de todas as necessidades da instituição, que sempre contou com outros parceiros para ajudar na manutenção do espaço, no pagamento de encargos e tarifas públicas, como luz, gás, telefone e outros. No ano de 2003, durante o processo de transferência das creches da SMDS para a Secretaria Municipal de Educação (SME), a Associação de Moradores não conseguiu a renovação do convênio com a Prefeitura. Na ocasião, a direção desta instituição buscou formas de não deixar fechar um dos poucos espaços em Nova Holanda destinados ao atendimento em horário integral de crianças na faixa etária de 02 a 04 anos.

A solução encontrada pela Associação de Moradores foi a de buscar uma outra instituição atuante na Maré que pudesse assumir a administração da creche, trabalhando no sentido de restabelecer o convênio com a Prefeitura e definir um projeto político-pedagógico para a creche.

Dessa forma, desde setembro de 2003, a creche se tornou uma entidade jurídica de fins não econômicos, denominada de Creche Comunitária Cléia Santos de Oliveira em Nova Holanda para homenagear uma das moradoras de Nova Holanda que teve participação fundamental na conquista deste espaço comunitário. Uma das primeiras preocupações do novo grupo que passou a administrar a creche foi com seu espaço físico, de modo que a busca por parceiros que estivessem dispostos a apoiar um projeto de reconstrução do prédio passou a ser uma de suas prioridades.

O prédio onde está localizada a creche foi construído na década de 80, por uma demanda da comunidade. Sua estrutura original permitiu a construção de dois andares apenas, de modo que o prédio possuía, como áreas destinadas ao uso das crianças, três salas de aula, um refeitório, dois pequenos pátios e um banheiro. Este prédio, inicialmente, tinha capacidade para atender 90 crianças.

Como os recursos disponíveis durante estes anos não possibilitavam uma reforma ou mesmo a manutenção adequada do prédio pois, em geral, já estavam comprometidos com os materiais mais essenciais para a realização do trabalho junto às crianças, como alimentos, material pedagógico e de limpeza, a manutenção do espaço físico ficou limitada a pequenos reparos e pinturas. Com o passar dos anos, pelo surgimento de rachaduras nas paredes, goteiras, infiltrações, apodrecimento do forro de madeira que servia de cobertura do primeiro andar e piso do segundo andar, deterioração das instalações elétricas e depredação externa do prédio, alguns espaços dentro da creche tiveram que ser inutilizados. A capacidade de atendimento teve que ser reduzida para 60 crianças.

O espaço da creche, seu mobiliário e o material disponível já não eram mais adequados para que as crianças brincassem, dormissem, aprendessem, se alimentassem, fossem ao banheiro e se lavassem com privacidade e segurança. As condições do prédio já não permitiam o total seguimento das normas de higiene e segurança para o desenvolvimento de um trabalho junto a crianças menores de cinco anos.

No ano de 2004, como conseqüência da interrupção do convênio, a creche chegou a reduzir sua capacidade de atendimento para 25 crianças pois, pela falta de financiamento, constituiu-se uma equipe de voluntários da comunidade que trabalhou durante todo o ano na creche. Neste período, os novos gestores esforçavam-se para levantar toda a documentação necessária para reaver o convênio com a Prefeitura e uma das condições para a efetivação deste convênio era que a creche não deixasse de funcionar.

O início do ano de 2005 foi marcado por duas grandes conquistas para toda a equipe que trabalhou incansavelmente no ano anterior. Uma delas foi a celebração do convênio com a Prefeitura, que conferiu maior segurança ao trabalho pois a equipe de voluntários pôde ser efetivada no regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). A outra foi a conquista da parceria com a Fundação Milan para iniciar o tão sonhado projeto de reconstrução da creche.

Neste mesmo ano, outras instituições foram se tornando parceiras da creche, colaborando com o trabalho de diversas formas. Este movimento de busca por parcerias possibilitou, entre outras coisas, o aluguel de um espaço próximo à sede da creche para que o atendimento às crianças não fosse interrompido por causa da obra. Atualmente estão matriculadas na creche 40 crianças na faixa etária de 2 a 4 anos, moradoras do bairro Maré, da comunidade de Nova Holanda e adjacentes.